Após morte de agentes da PRF, colega se manifesta em vídeo: ‘vale a pena?’; Corregedoria vai investigar conduta

Fardado, Anderson Okasaki criticou o modo como a população enxerga o trabalho da polícia

Após morte de agentes da PRF, colega se manifesta em vídeo: ‘vale a pena?’; Corregedoria vai investigar conduta

Anderson Okasaki, agente da PRF. Foto: Reprodução/redes sociais

Um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio de Janeiro publicou um vídeo, nas redes sociais, no último sábado (19) se manifestando contra a morte de três colegas de farda, que sofreram um acidente durante uma perseguição na última sexta-feira (18). Fardado, Anderson Sanshiro Caetano Okasaki, de 41 anos, criticou o modo como a população enxerga o trabalho da polícia.

O agente questionou se os esforços empreendidos por seus colegas foram suficientes. “Será que vale a pena? Será que vale a pena lutarmos por uma sociedade que muitas vezes não valoriza o trabalho da polícia?”, indagou o agente.

Em forma de desabafo, Anderson ainda rebateu críticas ao modo como a população enxerga a atuação policial, e termina o vídeo culpabilizando as vítimas do roubo que levaram à morte de Diego Abreu de Figueiredo, 47 anos, Carlos Eduardo Mariath Macedo, 41, e Rodrigo Pizetta Fraga, 47.

“A verdade é que somente aqueles que têm esperança de um futuro melhor compreendem o sacrifício que envolve proteger o próximo (…) Agora a pergunta que fica é: vale a pena arriscarmos as nossas vidas por você?”, finalizou.

Corregedoria vai investigar policial

De acordo com a Coordenação-Geral de Comunicação da PRF, o vídeo não teve autorização e nem representa o pensamento da corporação, e considera se tratar de uma manifestação individual. No entanto, o caso de Anderson será investigado, e ele corre o risco de passar por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

Como ele fez o vídeo fardado, a atitude configura quebra do regimento interno, que não permite que agentes manifestem seus pensamentos com as roupas e marcas da instituição.

Anderson tem um perfil nas redes com mais de 10 mil seguidores. Ao saber que a corregedoria vai abrir inquérito sobre seu vídeo, ele apagou a publicação.