Em defesa da Educação e pelo reajuste salarial, profissionais realizam ato no Recife
Mobilização fez parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública
abril 23, 2025 - 2:52 pm

Foto: Júlio Gomes/LeiaJá
Na manhã desta quarta-feira (23), profissionais da Educação das redes estadual e municipal realizaram um ato por melhores condições de trabalho, como também pelo reajuste salarial. A mobilização fez parte da programação da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Com concentração em frete ao Parque 13 de Maio, na área central da capital pernambucana, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) reuniu professores da rede. Em entrevista ao LeiaJá, a presidenta do Sintepe, Ivete Caetano, falou sobre a mobilização.
“Estamos hoje no dia estadual de paralisação, mas também é um dia nacional de paralisação no país inteiro. Hoje é um dia de fazer a defesa da escola pública, um dia de fazer a defesa do direito humano, que todos e todas tenham acesso a esse direito. A rede estadual está fazendo também uma denúncia do desmonte, do sucateamento das escolas públicas (…) também estamos aqui pela valorização profissional, porque ainda não tivemos o reajuste do piso salarial do magistério. Não existe educação pública de qualidade com profissionais cansados, sem reajuste, sem plano de carreira”.



Na área externa da Câmara Municipal do Recife, o Sindicato Municipal Dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) exigia o cumprimento do pagamento do piso ao prefeito João Campos. Desde o dia 10 de abril, a categoria está em estado de greve.
À reportagem, a coordenadora geral do Simpere, Jaqueline Dornelas, ressaltou a necessidade do reajuste, como também criticou a gestão municipal, que ofereceu somente 1% de aumento e aumento de R$ 1 no tíquete alimentação.



“Os servidores e servidoras do Recife foram surpreendidos, negativamente, pelo prefeito que colocou na mesa geral de negociação apenas R$ 1 no tíquete alimentação e 1% de reajuste. Para a Educação do Recife, ele colocou, em uma mesa setorial, na última assembleia, manteve o valor de R$ 1 no tíquete e, para nós, que estamos cobrando 6,27% a partir de janeiro, ele [João Campos] colocou uma proposta de 1,5%. Essa proposta causou frustrações na categoria, ingressamos no estado de greve”.
Dornelas também ressalta que o reajuste deve repercutir em toda a carreira, desde profissionais com graduação até doutores. “Além disso, a gente está cobrando um passivo de 12,78% que ficou pendente de 2022 e 2023. É um atrasado, um débito”, explica.
Articulação na Câmara
Presente no ato, a vereadora Kari Santos (PT) salientou a importância do ato e falou sobre a articulação na Câmara dos Vereadores do Recife. “Hoje é dia nacional de paralisação, um dia muito importante. Existem várias categorias, vários servidores públicos municipais da cidade do Recife. Isso mostra que essas categorias têm demanda e que a gente precisa escutar quais são. A gente está aqui se colocando à disposição de todos os servidores públicos municipais por entender que não existe cidade do Recife sem esses profissionais que entregam serviços para a população”.

“A gente está se articulando na Câmara Municipal do Recife, defendendo a categoria da Educação, a qual é uma pauta que eu sempre defendo, e outras categorias, que estão vindo até o mandato para a gente possa fazer uma defesa da pauta em prol dos servidores públicos municipais. Acredito que essas pautas também são importantes para os outros vereadores”, finalizou.
Outras categorias
A manifestação também reuniu outras categorias na parte externa da Câmara Municipal do Recife, como enfermeiros, guardas municipais e profissionais de educação física. Nesta quarta-feira (23), o Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco (SEEPE) decretou estado de greve para pressionar a Prefeitura do Recife por um reajuste salarial de 20%. A oferta inicial da Prefeitura de Recife é aumentar o salário base em 1,5%, adicionado ao acréscimo de R$ 1 no vale-alimentação.


A presidenta da Associação dos Profissionais de Educação Física de Pernambuco, Liana Lisboa, em entrevista ao LeiaJá, expôs que a categoria está há com reajustes inexpressivos, além de conviver com condições de trabalho precarizadas e trabalhadores ameaçados pela violência.
“A gente tem uma perda salarial importante. O último ganho real da categoria foi em 2012. De lá para cá, a gente teve pequenos reajustes e que não compensam a inflação. Somando as nossas perdas dá 30%. Além disso, temos uma baixa de profissionais e uma alta demanda. Aumentou o nosso volume de trabalho, mas a remuneração não acompanhou. Temos também um problema severo de segurança. Os polos têm sido arrombados, os profissionais têm sofrido ameaças, alguns foram assaltados ou furtados nos locais de atuação”, denuncia.


