Empresas podem proibir uso de celular no trabalho em casos de segurança ou produtividade
As restrições podem acontecer, desde que apresentem uma justificativa clara
março 25, 2025 - 2:26 pm

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A proibição do uso de celular no ambiente de trabalho é uma prática comum em muitas empresas, especialmente em setores onde a produtividade e a segurança são essenciais. Em maio de 2024, havia cerca de 258 milhões de smartphones em uso no Brasil, o que corresponde a uma média de 1,2 smartphone por habitante.
Embora essa restrição, segundo as empresas, tenha o principal objetivo de reduzir distrações e melhorar a performance dos funcionários, ela traz consigo uma série de desafios e preocupações, tanto para as empresas quanto para os colaboradores.
Uma pesquisa do CareerBuilder mostrou que mais de 55% dos patrões acreditam que o smartphone é o maior culpado pela falta de produtividade. Porém, ser proibido de usar o meio de comunicação mais popular da atualidade pode gerar desafios, principalmente em casos de urgência.
Proibida de usar celular na empresa em que trabalhava, Thais Felipe, revelou que sentia ansiedade por não poder consultar o smartphone. “Eu me preocupava em não poder atender emergências ou comunicar algo urgente. Mas, com o tempo, me adaptei à rotina mais intensa de trabalho”, explica.
Aspectos legais da proibição do uso de celulares
Do ponto de vista jurídico, as empresas podem proibir o uso de celulares no ambiente de trabalho, desde que apresentem uma justificativa clara, como questões de segurança ou aumento de produtividade. O advogado trabalhista Rogério Nogueira afirma que “a medida é legal, mas as empresas precisam garantir que os colaboradores possam se comunicar em situações emergenciais”.
A advogada Thaisa Campos explica que o uso de celular por si só não justifica uma demissão por justa causa, a menos que prejudique gravemente a segurança ou a performance no ambiente corporativo.
“O uso de celular não pode ser motivo para punições severas, a não ser que ele cause danos diretos ao desempenho do trabalho”, afirma a especialista.
Alternativas e soluções para equilibrar a produtividade com o bem-estar
Para evitar frustrações e desconfortos, as empresas devem buscar alternativas que não prejudiquem a comunicação interna. A especialista em Recursos Humanos, Brena Lira, sugere que “as empresas ofereçam plataformas corporativas para garantir que os funcionários possam se comunicar sem comprometer a produtividade”. Ela também destaca a importância de uma comunicação clara sobre a política interna para evitar mal-entendidos e garantir que os funcionários compreendam as razões por trás das restrições.
Desafios no equilíbrio entre produtividade e bem-estar
Equilibrar a produtividade e o bem-estar dos funcionários é uma das principais preocupações ao implementar essa política. Por isso, as empresas devem criar um ambiente de trabalho que favoreça tanto a performance quanto a saúde mental dos colaboradores. De acordo com a especialista em RH Brena Lira, “promover um ambiente saudável, com comunicação eficiente e suporte à saúde física e mental dos colaboradores, é essencial para garantir que a produtividade não seja afetada negativamente”.